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Maternidade e mercado de trabalho

Atualizado: 27 de mai. de 2022

Para as mulheres que buscam uma recolocação no mercado de trabalho após a maternidade, o constrangimento mais frequente é ser questionada sobre o cuidado com os filhos.



Retornar ao trabalho depois da licença-maternidade pode ser uma tarefa dolorosa para muitas mulheres, pois a desigualdade de gênero, o machismo e a romantização da maternidade que paira na sociedade fazem com que muitos empregadores acreditem que, a partir do momento em que a mulher é mãe, sua produtividade como profissional está ameaçada. Mas algumas pesquisas afirmam o contrário, que, depois da maternidade, as mulheres são mais responsáveis e são as que mais têm inteligência emocional para lidar com equipes.


Para as mulheres que buscam uma recolocação no mercado de trabalho após a maternidade, o constrangimento mais frequente é ser questionada sobre o cuidado com os filhos. O mais interessante – e triste – é que esse tipo de abordagem não acontece com os homens, afinal, ninguém pergunta ao pai quem cuidará das crianças para ele trabalhar.



Quando o problema não está na contratação, pode aparecer no ambiente interno de trabalho. Um relatório produzido pela MindMiners (uma plataforma de pesquisa digital) aponta que 30% das mulheres declararam ter sofrido algum preconceito por causa da gravidez; outras 28% tiveram problemas psicológicos por conta de pressão no trabalho e estabilidade.

Outro fator importante é sobre salário: em uma pesquisa realizada pelo IBGE, em 2018, a média salarial de uma mulher sem filhos era de R$ 2.115,39; já para quem é mãe, esse valor cai para R$ 1.560,50. As mulheres ocupam 52% da força de trabalho no Brasil, mas se destrincharmos esse número, temos mulheres que são mães e as que não são, além disso, questões como raça e etnia também entram.


Diante de inúmeras e cansativas tentativas de voltar para o mercado de trabalho, sofrer preconceito e por querer estar perto dos filhos, muitas mulheres optam pelo empreendedorismo, e aí começa outra jornada. Trabalhar de casa é mais um motivo para que pessoas que não conhecem a realidade de uma mãe digam que ela “não está fazendo nada”, mas não se dão conta de que estar em casa solidifica a jornada tripla da mulher, pois tem a maternagem, a casa e, claro, o trabalho, o sustento. Infelizmente, em qualquer uma dessas situações, a mulher sempre será julgada.


Existe uma grande luta para equilibrar as necessidades de uma mulher e o desejo de cuidar dos filhos, que, na maioria das vezes, é algo extremamente complicado nos grandes centros urbanos. O mercado de trabalho não oferece condições favoráveis às mães que têm filhos, principalmente pequenos, pois as empresas, de modo geral, não disponibilizam espaços adequados para que as funcionárias levem suas crias e nem sempre é fácil encontrar creches, berçários ou escolas acessíveis, tanto financeiramente quanto em questão de localização.


Diante dos fatos, pode-se concluir que ser mãe não é padecer no paraíso, como reza o antigo provérbio, mas requer uma dose constante de luta, porém, a boa notícia é que, diante de tantos percalços, muitas mulheres que são mães estão educando líderes para que o espaço de trabalho seja muito mais empático e acolhedor.


Qual é a diferença entre maternidade e maternagem?

Maternidade consiste no processo biológico pelo qual uma mulher passa e se torna mãe, sendo baseado no laço sanguíneo que une uma mãe a seu filho. É totalmente uma condição física: gerar, gestar e dar à luz, parir. Já a maternagem é caracterizada pelo afeto, pelo desejo de cuidar e pelo sentimento, não tendo nenhuma condição biológica como suporte. A maternagem é uma escolha! Amar, cuidar, proteger, ensinar, entre muitas outras coisas, são ações e escolhas da maternagem.

A Associação Alcoolismo Feminino celebra a valorização do trabalho das mulheres, pelas oportunidades, pelo fim da desigualdade salarial entre gêneros e pela sororidade.

Se você precisa de ajuda ou quer contribuir com nossa iniciativa, entre em contato conosco pelo site: www.associacaoaf.org




Arte da capa: Aline Sarto






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A Associação de Alcoolismo Feminino existe para ajudar mulheres em sofrimento pelas consequências de seu modo de beber, por meio de um espaço de acolhimento, compaixão e respeito, sem julgamentos nem preconceitos.







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