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Tema XIII: Como receber críticas de forma assertiva

Na crítica temos a oportunidade de nos conhecermos, melhorarmos e aprimorarmos o nosso comportamento. Nem sempre é fácil receber uma crítica, até porque muitas vezes ela não é feita de forma assertiva mas, como não temos controle sobre o(a) outro(a), é importante que aprendamos a receber e a responder as críticas, independente de como elas sejam feitas, de forma assertiva.



No período em que estivemos ativas no alcoolismo as pessoas da nossa convivência (familiares e amigos(as)) também adoeceram. No entanto, na maioria das vezes, eles demoram mais em reconhecer o próprio adoecimento. Pode acontecer de nós estarmos em tratamento e eles não. Ao nos educarmos, nossas mudanças podem inspirar e contribuir na recuperação deles também, ajudar a recuperar as relações de confiança e consequentemente melhorar a convivência.

Existem 2 tipos básicos de crítica:

  • CONSTRUTIVA ou ASSERTIVA: é dirigida ao comportamento e/ou ao fato, e não à pessoa. A pessoa fala daquilo que sentiu ou das consequências de determinado comportamento do outro(a) e pede alguma ação, alguma mudança.

  • DESTRUTIVA ou AGRESSIVA: aqui a intenção é a de magoar, ofender ou provocar uma briga. A pessoa foca na outra pessoa, usa palavras como NUNCA ou SEMPRE, ofende e faz acusações sobre coisas infundadas ou focadas no passado.


E existem 4 estilos básicos de resposta:

  • PASSIVA: a pessoa “engole sapo” por achar que não tem direito, que vai ser rejeitada ou abandonada se gerar um conflito.

  • AGRESSIVA: a pessoa acha que só ela tem direito, que só ela pode falar, e o faz de forma agressiva, seja em atitudes ou mesmo na forma de se expressar.

  • PASSIVA AGRESSIVA: a pessoa responde com dupla mensagem (concorda, mas sai batendo porta, por exemplo), não fala com clareza, usa de sarcasmo, piadinhas e outras formas de agressão indireta.

  • ASSERTIVA: a pessoa sabe que tem direitos e fala com clareza e tranquilidade. A assertividade consiste, inclusive, em saber o momento de calar ou falar com mais ênfase, mas de forma consciente.


Precisamos aprender a receber críticas para:

  • Evitar brigas e discussões.

  • Tentar entender a informação construtiva na crítica.

  • Ajudar a outra pessoa a comunicar-se de forma mais assertiva também.


EXEMPLO:

Você está em abstinência, mas chega em casa atrasada, sem avisar e com o celular descarregado. A pessoa poderia te receber e criticar de forma construtiva, mas o mais provável é que não seja assim, porque ela também está adoecida e tem uma tendência a associar todo nosso comportamento que fuja do esperado à bebida, seja porque leva algum tempo para as pessoas baixarem a guarda e voltarem a confiar, seja porque se preocupam e não sabem expressar essa preocupação de forma assertiva. No entanto, lembremos que não temos poder sobre o outro, somente sobre nós e que, respondendo de forma assertiva, podemos contribuir de forma assertiva para melhorar essa relação.


CRÍTICA CONSTRUTIVA OU ASSERTIVA:

Como você estava atrasada e não consegui contato, fiquei preocupado(a) porque não sabia o que pensar. Gostaria que você mantivesse o celular ligado e avisasse quando precisasse chegar mais tarde, assim ficarei mais tranquilo(a).


CRÍTICA DESTRUTIVA OU AGRESSIVA (mais comum no início da recuperação):

Por que não ligou? Desligou o celular pra eu não conseguir te encontrar e poder beber? Você não muda, você é irresponsável, dissimulada!


Devemos ter em mente que independente da forma que seja a crítica nós precisamos aprender a receber e responder, sem brigar ou engolir, porque como sabemos o alcoolismo é a doença das emoções e, tanto brigar quanto engolir é um grande gatilho para beber.


RECEBER A CRÍTICA DE FORMA ASSERTIVA

Seguem orientações para receber uma crítica de forma assertiva:

  • Não ficar na defensiva.

  • Não discutir.

  • Não contra-atacar.

  • Procurar identificar qual a preocupação, o sentimento que a pessoa está querendo expressar.

  • Se necessário, perguntar de forma clara e sincera o que realmente o(a) está incomodando, para que você possa compreendê-lo(a), como por exemplo: “Por que você fica tão chateado(a) com o tempo que participo das reuniões, o que te preocupa? O que você gostaria que eu fizesse?”

  • Procure identificar o que tem de verdade na crítica e concorde com o que faz sentido pra você, reformulando o diálogo. Por exemplo, você chegou tarde e a pessoa te acusou de ter bebido mesmo sem ter acontecido, você pode responder: “Realmente cheguei tarde e entendo que você tenha ficado preocupado(a) porque quando eu bebia eu chegava tarde ou nem chegava, mas hoje eu me atrasei por causa………………………………..e não consegui avisar por causa………………………………………..”

  • Proponha ou combine uma mudança de comportamento com a qual você consiga se comprometer (estabelecer compromisso) de forma a trazer mais tranquilidade e confiança para a relação como, por exemplo: “Quando eu precisar me atrasar vou te avisar e ficarei mais atenta com a bateria do celular.”

EXERCÍCIOS:

  1. Imagine a seguinte situação: Você está em sobriedade há cerca de 3 meses, chega em casa atrasada, após um longo dia de trabalho e mesmo não tendo bebido nada, está com os olhos vermelhos, deprimida e irritada. A pessoa te recebe, cheira a tua boca e dispara: “Você bebeu novamente, né?”

Analise e escreva opções de como você poderia responder de forma assertiva.


  1. Lembre de uma crítica que recebeu e responda:

  • Qual foi a situação?

  • Qual foi a crítica? Como foi?

  • Como se sentiu?

  • Como reagiu?

  • Qual foi o estilo da sua resposta?

  • Você consegue identificar qual era a real preocupação e/ou intenção da crítica?

  • Como você poderia ter sido assertiva?

  • Qual o compromisso que você poderia ter proposto/assumido?

Repita esse exercício quantas vezes achar necessário, ok?





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Todas as atividades do nosso Baralho da Recuperação, divulgadas do dia 16 a 31 de dezembro, foram propostas durante o ano, em nosso grupo terapêutico de prevenção de recaídas, pela psicóloga e vice-presidente da nossa Associação, Cláudia Leiria (@psiclaudialeiria)


Referências Bibliográficas - São ótimas dicas de leitura e para presentear também!


  • Tratando a dependência de álcool - um guia de treinamento das habilidades de enfrentamento - 2ª edição. Autores: Peter M. Monti, Ronald M. Kadden, Damaris J. Rohsenow, Ned L. Cooney e David B. Abrams. Editora: Roca.

  • Conhecer-se é amar a si próprio - exercícios para desenvolver a autoconsciência e para realizar mudanças positivas e encorajadoras. Autores: Lynn Lott, Marilyn Matulich Kentz e Dru West. Editora: Manole.

  • Caderno de exercícios para cuidar de si mesmo - 3ª edição. Autora: Anne Van Stappen. Editora: Vozes.

  • Caderno de exercícios de inteligência emocional - 2ª edição. Autor: llios Kotsou. Editora: Vozes.

  • Caderno de exercícios para viver sua raiva de forma positiva. Autor: Yves-Alexandre Thalmann. Editora: Vozes.

  • Dinâmicas de grupo e atividades clínicas aplicadas ao uso de substâncias psicoativas. Organizadoras: Neliana Buzi Figlie e Roberta Payá. Editora: Roca.

  • Tratamento do uso de substâncias químicas - Manual prático de intervenções e técnicas terapêuticas. Organizadores: Ronaldo Laranjeira, Helena M. Takeyama Sakiyama e Maria de Fátima Rato Padin. Editora: Artmed.

  • Programa Terapêutico para o tratamento da dependência química. Autora: Luana Gama Wanderley Leite. Editora: Edições Loyola.



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A Associação Alcoolismo Feminino existe para ajudar mulheres em sofrimento pelas consequências de seu modo de beber, por meio de um espaço de acolhimento, compaixão e respeito, sem julgamentos nem preconceitos.


Se você precisa de ajuda, entre em contato conosco pelo site: ww.associacaoaf.org/queroajuda




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