top of page

DIFERENÇAS DE GÊNERO NO CONSUMO DE ÁLCOOL

Atualizado: 1 de nov. de 2022




O organismo das mulheres é mais vulnerável aos efeitos do álcool. Por ter uma estrutura corporal menor, elas têm uma quantidade menor de água e de enzimas responsáveis por metabolizar a substância. Sendo assim, o álcool tende a ficar mais tempo – e em maior concentração – em seus corpos. Outro detalhe importante do alcoolismo feminino é que geralmente ele vem mais acompanhado de doenças mentais como depressão e transtornos de ansiedade. Mulheres deprimidas ou ansiosas podem até ser mais vulneráveis ao uso abusivo de álcool, embora tal relação não seja obrigatória.


Mulheres, em sua maioria, costumam ter dois padrões de consumo de álcool. Mulheres climatéricas (geralmente acima dos 40 anos de idade) costumam beber isoladamente para alívio de uma dor psíquica e utilizam o álcool como meio de enfrentamento de seus conflitos. Muitas dessas mulheres sentem-se pressionadas pelos diversos papéis sociais, familiares e profissionais e buscam autonomia, o que ficou exacerbado nesta pandemia da Covid-19. No início, essas mulheres relatam que o álcool é uma fonte de alívio e que ajuda na melhora da insônia e da ansiedade. Já as mulheres mais jovens e de centros urbanos costumam beber em grupo de amigas, e em reuniões em bares e restaurantes, para a busca simples de prazer e interação social. Sempre vemos jovens nas baladas clandestinas interagindo de forma eufórica como se vivessem em outro planeta, não é mesmo?


ESTIGMAS E OS DIVERSOS PAPÉIS DA MULHER


A crescente ingestão de álcool pelas mulheres (em quantidade e frequência) é uma tendência observada no mundo todo, mesmo antes da COVID-19. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, o consumo abusivo de álcool* entre as brasileiras aumentou em torno de 25%, passando de 10,6% para 13,3%, entre 2010 e 2019. A maior taxa foi registrada entre aquelas com idades de 18 a 24 anos (23%).

Alguns fatores podem estar por trás dessa tendência, como estresse da dupla jornada de trabalho, conquista de melhores condições socioeconômicas, maior convivência com homens bebedores, maior aceitação social do uso, desigualdade de gênero e violências contra as mulheres. Pesquisas apontam que muitas já tenham passado por situações delicadas, ou já tenham ouvido ou presenciado fatos de abusos sofridos por alguma mulher próxima, pelo fato de terem bebido ou aceitado bebida alcoólica. Muitas relatam já terem sofrido algum tipo de assédio por estarem “alteradas”.

O apagão é uma das mais assustadoras e piores fases da embriaguez. Quando a pessoa chega a um teor de álcool no sangue de 0,16%, que é quase o dobro do limite legal, ela fica vulnerável e pode sofrer o blecaute – o álcool desliga a capacidade do cérebro de consolidar memórias.

O alcoolismo degrada de forma mais rápida e profunda a mulher, em sua posição e nos papéis femininos e maternos que exerce, do que o homem, em sua posição e nos seus papéis masculinos e paternos exercidos. Isto, não só pela questão biológica já citada, mas porque existem ainda muitas barreiras estruturais, pessoais e sociais que ela enfrenta quando na procura ou decisão pela busca de tratamento. Essas barreiras podem ser: não ter com quem deixar os filhos, falta de apoio psicológico e até de apoio legal, falta de emprego e de independência financeira, falta de acolhimento por parte dos profissionais de saúde e da família, estigma social, etc. Elas também correm o risco de perderem o direito de criarem os seus filhos, no caso de processos de separação, o que torna ainda mais complicada a sua decisão de procurarem um tratamento para alcoolismo.


Acesse outros conteúdos:


-----------------------------------------------------------------------------


A Associação de Alcoolismo Feminino existe para ajudar mulheres em sofrimento pelas consequências de seu modo de beber, por meio de um espaço de acolhimento, compaixão e respeito, sem julgamentos nem preconceitos.


Se você precisa de ajuda ou quer contribuir com nosso projeto, entre em contato conosco pelo site: www.associacaoaf.org/queroajuda.



66 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page