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Maternidade, maternagem e alcoolismo - Parte 1

Por um longo período a cultura social determinou a maternidade como inerente ao gênero feminino, similar uma função inata. Hoje é possível dissociar essa concepção e determinar que a maternidade tende a possuir diversos sentidos concernentes a subjetividade de cada mulher, sendo, portanto, singular para cada uma.



Concebe-se que a figura da mulher materna é fundamentada por um longo processo sócio-histórico que determinava a maternidade como inerente ao gênero feminino, similar uma função inata. Entretanto, graças aos avanços culturais hoje é possível dissociar essa concepção e determinar que a maternidade tende a possuir diversos sentidos concernentes a subjetividade de cada mulher, sendo, portanto, singular para cada uma. A exemplo disso, pode-se imaginar que para algumas mulheres ter filhos é o mesmo que preencher sua vida de propósito, enquanto para outras, a maternidade pode significar sofrimento, angústia e desajustamento.

Contudo, ainda que a terminologia da maternidade tenha sido sujeita à essa importante reflexão, cabe-nos postular que uma nova perspectiva foi concebida uma vez que a estrutura do cuidado infantil também se submeteu à modificações.


Nesse sentido, adotou-se a terminologia da Maternagem, que corresponde aos cuidados que o bebê necessita ao nascer e que são oferecidos não necessariamente pela figura materna biológica, mas sim por uma figura de maternagem, que lhe proporcione acolhimento, cuidado e atenção às suas necessidades. 

Diante a exposição dessa figura, entende-se então a maternagem, compreendida, portanto, como a relação da mãe com o bebê, que pode ser entre a mãe biológica ou com outra pessoa que a possa substituir. Esclarecidas essas prerrogativas, nos convém a partir daqui voltarmo-nos nossa atenção a importância de discutir a respeito da maternagem e sua associação à doença do alcoolismo.


Compreende-se que gerar um bebê diz respeito a um momento importante de mudanças na vida de uma mulher.

Tais mudanças podem acarretar em uma série de angústias, ansiedades e sofrimento, bem como uma confusão acerca do sentido da vida. Desse modo, não é incomum que gestantes em agonia recorram ao consumo de bebida alcoólica no intuito de minimizar essas emoções.